A visão feminina do mundo da bola no Pará.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Estereótipos no mundo da bola


A sociedade carrega nas suas veias o sangue "rotulatório positivo". Para tudo criamos rótulos, classificações, nomes, títulos, para tudo temos um pré-conceito formado baseado no que vemos. Isso é "natural" vindo de um mundo que foi visto e vivido historicamente pelo lado europeu, que julgavam como bárbaros aquilo do qual não tinham conhecimento. Para tudo criamos "ah, mas você é assim né".

Passamos o tempo todo querendo ser aceitos, bem ou mal "temos" que provar que somos algo, que fazemos parte de algo para poder nos encontrar enquanto pessoas, é automático. 

Desde quando nascemos e somos "um bebê tão lindo que dá pra ir para televisão" até a nossa velhice "você tá na terceira idade e é tão disposto né? Nem parece a maioria das pessoas mais velhas". Somos classificados por terceiros e às vezes, isso é tão importante que acabamos esquecendo quem somos.

No mundo do futebol não poderia e, definitivamente, não é diferente. Vamos a alguns... Todos os jogadores são taxados de "galinhas", dizem que todos são infiéis às suas parceiras. Meninos negros geralmente sabem jogar mais que meninos brancos e "de prédio" pois os primeiros possuem a "malícia" que os pobres meninos ricos não têm. Jogador em geral é burro, porque só joga bola e nenhum gosta de ir pra aula. É considerado tão normal que quando aparece um menino que joga bola e tem uma faculdade, vira até matéria em programas esportivos.

E o que falar das mulheres? As mais rotuladas no mundo da bola. Se a mulher é muito bonita e gosta de futebol, obviamente é Maria Chuteira. Porque "bonita e vendo jogo? Só pode estar assistindo para ver as pernas dos jogadores". E se é 'feia' "Ah, essa diz que gosta de futebol pra chamar atenção de homem, uma das formas de arranjar". E se sabe jogar futebol? "Claro que é sapatão". Se a mulher sabe jogar bola, gosta do esporte e é feminina, é considerada um alien, porque essas coisas não conseguem conviver unidas.

São tantos padrões, tantos pré-requisitos para gostarmos/sermos algo que chega a ser impossível se encaixar perfeitamente em algum padrão. Nunca estará bom o suficiente. A verdade é nunca seremos aceitos totalmente. Ainda bem. Já imaginaram o nosso fantástico mundo futebolístico seguindo todas as regras impostas pela sociedade? Não, não seria o nosso futebol. Então se você é negro, branco, amarelo, se é top model ou nunca vestiu uma saia, não se acanhe, não se importe, de verdade nada disso conta. Aqui tem espaço para todos. E ali nas quatro linhas, meu amigo, o que vale é aquele objeto redondo dentro do gol. Nessa hora não existe nem ateu.

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