A visão feminina do mundo da bola no Pará.


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Guia do Campeonato Paraense Feminino 2017

Em 2017, o Futebol Feminino do Pará teve motivos para comemorar. Além de, pela segunda vez na história, um time paraense ter conseguido conquistar uma competição de nível nacional, o Pinheirense também foi capaz de levar um enorme público na final do Brasileiro. Deixando os amantes do Futebol Feminino entusiasmados com o futuro e com a visibilidade que o esporte poderá ter no Campeonato Estadual deste ano.

No ano passado, o Campeonato Paraense Feminino começou no dia 15 de maio e teve seu fim apenas dia 12 de outubro, totalizando cinco meses de disputa. Mas por causa do novo modelo do Brasileirão, que estreou em 2017, a FPF se viu obrigada a adiar o início da competição e também modificar seu formato, buscando deixá-lo mais curto e enxuto.

Antes de começarmos a explicar o regulamento desta temporada e falar um pouco sobre os times participantes e seus estádios, te levaremos para fazer um passeio pela história do Campeonato Paraense de Futebol Feminino.


O 1º torneio feminino de futebol organizado pela FPF aconteceu em 1983 e foi dividido em dois turnos. No primeiro, o Remo saiu como o vencedor após empatar em 2-2 com a Tuna e a partida ser decidida na apuração de escanteios. No segundo, o clube azulino chegou novamente às finais, desta vez, contra o Paysandu e sagrou-se o primeiro campeão paraense de futebol feminino, vencendo-o por 1x0, com gol de Cebola.

Em muitos sites podemos encontrar afirmações que a FPF parou de realizar competições de futebol feminino depois deste torneio, voltando apenas em 1999. Porém, a história não confirma. Em conversa com ex-atleta do Paysandu e do Yamada, Wilma Helena, descobrimos que o Parazão aconteceu em 1984 e também no ano seguinte, em 1985. Sendo o Papão o time a levantar a Taça.

Entretanto, a violência tornou-se um fator preocupante no esporte. A rivalidade crescia e acabou tomando proporções muito grandes, principalmente entre Remo e Paysandu. As brigas não ficaram apenas entre as atletas, atingiram também dirigentes e treinadores, até mesmo as torcidas. Por conta disso, a organização acabou questionando a viabilidade do torneio e em 1986, a FPF resolveu parar de patrocinar o campeonato.

Em 1999, a Federação voltou a organizar o Campeonato Paraense de Futebol Feminino, foi quando a “Era Independente” começou. De 1999 à 2003 foram disputados cinco títulos e o Galo da Marambaia saiu com a taça em todas as cinco oportunidades. No ano seguinte, houve uma nova pausa no torneio e ele só voltou em 2007, quando o Independente sagrou-se campeão pela sexta vez. Sendo até hoje o maior vencedor do Parazão Feminino.
                           
Desde 2007 até hoje, o Parazão Feminino não parou mais. De 2008 para cá, foram 4 times campeões do estado. A Tuna garantiu 3 títulos (2011, 2013 e 2014), junto do Pinheirense, que também conquistou 3 (2009, 2010 e 2015), já a Esmac ficou em primeiro em duas oportunidades (2012 e 2016) e o Sacramenta apenas uma vez (2008).

Muita coisa mudou desde a primeira edição. O futebol feminino no Pará viveu vários momentos, algumas hegemonias e rivalidades mais saudáveis. Depois do Independente, dois treinadores se tornaram os responsáveis por dominar o Campeonato e são a rivalidade que engrandece o esporte no estado.


Desde 2011, os técnicos Aline Costa e Mercy Nunes chegaram a final do Parazão em todos os anos. Nos seis anos, ela sagrou-se campeã em quatro oportunidades, três vezes com a Tuna e uma pelo Pinheirense. Já ele conquistou dois títulos, ambos pela Esmac, o último no ano passado.

Uma curiosidade desta rivalidade é que Aline foi atleta de Mercy, sendo treinada por ele de 1999 a 2002. Este ano, a técnica comandará o Paysandu e o treinador comanda a Esmac. Ambos prometem estar se preparando bastante para chegar na final.

Finais Aline x Mercy
2011: Cruz Azul (Mercy) 0x1 Tuna (Aline)
2012: Tuna (Aline) 1x1 Esmac (Mercy) – 3x4
2013: Tuna (Aline) 3x1 Esmac (Mercy)
2014: Tuna (Aline) 1x0 Esmac (Mercy)
2015: Pinheirense (Aline) 1x0 Esmac (Mercy)

2016: Esmac (Mercy) 1x1 Paysandu (Aline) – 4x1
  •    O REGULAMENTO

Este ano o Campeonato terá 11 clubes participantes. A disputa será feita em quatro fases. A fase classificatória, as quartas de final, a semifinal e a final. Todos os confrontos do mata-mata serão definidos em partida única.

Na 1ª fase os clubes da chave A1 enfrentam os clubes da A2, num cruzamento de chaves, com jogos somente de ida. Ao final da última rodada, os quatro melhores colocados dos grupos se classificam para a segunda fase da competição. 

Nas quartas de final, serão feitas 4 chaves; “B1”, “B2”, “B3” e “B4”. Definindo os confrontos da fase desta maneira:

Na semifinal, o clube vencedor da B1 enfrenta o vencedor da B3 e o clube que sair vitorioso da chave B2 enfrenta o clube que vencer a B4. Os clubes vencedores disputarão o título de Campeão Paraense 2017 e também uma vaga na Série A2 do Brasileirão Feminino em 2018.
  • OS TIMES



Associação Atlética e Cultural Cabanos
Cidade: Ananindeua
Em 2016: 7º lugar (vice-lanterna)
Grupo: A1



Associação Atlética Tiradentes
Cidade: Belém
Em 2016: Não participou
Grupo: A1 



Associação E. B Estrela
Cidade: Belém
Em 2016: 5º lugar
Grupo: A2



Carajás Esporte Clube
Cidade: Outeiro
Em 2016: 4º lugar (participou como Time Negra)
Grupo: A2



Clube do Remo
Cidade: Belém
Em 2016: 8º lugar (desistiu do campeonato)
Grupo: A1




Escola Superior Madre Celeste (ESMAC)
Cidade: Ananindeua
Em 2016: Campeã
Grupo: A1



Grêmio Recreativo Bandeirante
Cidade: Ananindeua
Em 2016: Não participou
Grupo: A2



Paysandu Sport Club
Cidade: Belém
Em 2016: Vice-campeão
Grupo: A2



Pinheirense Esporte Clube
Cidade: Icoaraci
Em 2016: 3º lugar
Grupo: A2



Tapajós Futebol Clube
Cidade: Santarém
Em 2016: Não participou
Grupo: A2



Tuna Luso Brasileira
Cidade: Belém
Em 2016: Não participou
Grupo: A1






  • Primeira rodada
23/09 
9h30
Cabanos x Tapajós (Ceju – Campo I)

15h30
Remo x Carajás (Baenão)

24/09 
9h30
Esmac x Estrela (Ceju – Campo II)

15h30
Tuna x Paysandu (Souza)

Jogo alterado: Tiradentes x Pinheirense, no Abelardo Condurú, passou para o dia 18/10.
Folga: Bandeirante


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quinta-feira, 27 de julho de 2017

A conturbada história do Futebol Feminino que podemos ajudar a reescrever

Rejeitado pela sociedade, o Futebol Feminino tem uma história conturbada no Brasil. Uma história recheada de preconceito que nos mostra que as dificuldades para praticar o desporto, ainda presente nos dias atuais, sempre existiram.

Em 1913 ocorreu a primeira partida “feminina” de futebol, num evento beneficente. As aspas se fazem necessárias porque, por um tempo, se pensou que este havia sido um jogo realizado só por mulheres, mas na verdade, entre os participantes havia homens vestidos para parecerem como uma, misturados a algumas, e poucas, mulheres. O primeiro jogo, de verdade, só ocorreu em 1921.

O esporte foi ridicularizado, foi exibido em circos, como uma “atração curiosa”. Já que para a socidade, era considerado “absurdo” que as mulheres participassem disso. O Futebol Feminino definitivamente não agradava as famílias conservadoras e por isso, no dia 4 de abril de 1941, na Era Vargas, surgiu o Decreto-Lei 3199, proibindo o esporte, junto de alguns outros, por ser considerado “incompatível com a natureza feminina”.
(Foto: Correio do Paraná/Reprodução)
Anos depois da proibição, em 1958, surgiu o primeiro time profissionalizado, o Araguari Futebol Clube. Porém não durou mais do que um ano, por pressão das freiras e dos religiosos, que fizeram o Decreto-Lei valer. Este só foi revogado em 1979. Foram 38 anos de preconceito gritado e depois deles, já vieram mais 38 de preconceito velado.

Porém, há quem diga que os tempos estão finalmente mudando para essas mulheres, que enfrentam de tudo para conseguir se tornar atletas. Na tarde do dia 26 de julho de 2017, tivemos a esperança de que isso fosse verdade. O Pinheirense levou cerca de 12 mil pessoas a Curuzu, na final da Série A2 do Brasileirão Feminino, num estádio com capacidade de 16 mil. Foi o maior público do estádio no ano. As filas intermináveis em volta do estádio e a imprensa em peso fizeram brilhar o olho dos amantes deste esporte que viram, finalmente, a valorização dele. Ao fim do jogo, a pergunta foi: isso vai durar?
(Foto: Marcelo Maciel)
Quem acompanhou o Campeonato desde o começo e buscou informações sobre o Brasileirão Feminino na grande mídia não teve retorno. Os locais e horários dos jogos não foram informados e, na primeira fase, sequer foi mencionada, por segundos que fossem, a situação dos times paraenses nessa Série A2. Sem notinha de rodapé. Nada. A jogada da mídia permaneceu a mesma: ignorar o esporte. Mas mesmo sem esse apoio e sem essa visibilidade, o Pinheirense garantiu o acesso (e foi campeão) e a Tuna só não passou para as fases finais por culpa do saldo de gols.

Imagina então se falassem mais, se elas pudessem ser mais mostradas e por conta disso, conseguissem um grande patrocínio. Imagina se elas pudessem fazer do futebol, o único meio de sustento, como acontece no masculino, sem precisar trabalhar em outros locais para manter o sonho.  

Imagina se nós pudermos fazer algo para mudar a situação que se encontra o Futebol Feminino, mostrando para a mídia que nós queremos saber sim, nós queremos que elas sejam mostradas e noticiadas, queremos saber quando tem jogo e onde ele vai ocorrer, porque nós queremos estar lá. Imagina se alguns de nós pudesse escolher não fazer certos comentários, escolher não propagar o preconceito. É… tudo isso nós podemos. Sim, nós podemos nos tornar responsáveis por reescrever toda essa história conturbada e cheia de preconceito. Basta querer. Querer fazer parte, querer ser o apoio que elas precisam.
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quarta-feira, 12 de julho de 2017

A trajetória do Pinheirense na luta pelo acesso

(Foto: allsportsphotoagency)
Foram necessários nove jogos para que o Pinheirense pudesse chegar a final do Brasileiro Feminino, conquistando também o acesso à Série A1. Com uma campanha espetacular e para ninguém botar defeitos, o General da Vila driblou o preconceito e a falta de incentivo e fez história.

CAMPANHA

O Pinheirense começou a Série A2 fora de seus domínios, mas se sentiu em casa ao derrotar o Duque de Caxias-RJ por 2x1, no Estádio Romário Souza, com dois gols da Pingo. Conquistar pontos fora de casa era de extrema importância, porém, ainda mais importante para o time comandado por Aline Costa, era não perder pontos jogando dentro de casa. E em sua estreia em Belém, isso se fez valer. Sem pontos ou gols perdidos, o General goleou o Viana-MA por 6x0, no Abelardo Conduru. Dessa vez, Cíntia, Irley 2x, Pingo, Leila e Perotes foram as responsáveis por balançar as redes. Sendo que apenas no primeiro tempo, 4 destes 6 foram marcados.

Apesar de começar a estampar a liderança do grupo 1, o PEC ainda mantinha os pés no chão. A trajetória só estava começando. Na terceira rodada, o Pinheirense teve um de seus jogos mais difíceis no Campeonato, contra o Tiradentes-PI. O time paraense saiu atrás e conseguiu o empate com Irley e a virada com Pingo, mas sofreu o 2x2 e voltou para casa com apenas um ponto na bagagem. Em Icoaraci, o General enfrentou o Mixto-MT e goleou mais uma vez, um belíssimo 4x0, com gols marcados por Jeane, Irley e Cassia 2x.
(Foto: allsportsphotoagency)
Na quinta rodada, num duelo de conterrâneos, o Pinheirense enfrentou a Tuna Luso e, no jogo mais difícil do time na Série A2, quase perdeu, porém mais uma vez, Irley marcou, empatou a partida e impediu o PEC de ser derrotado pela primeira vez na competição. E cada vez mais consolidado na liderança, o time enfrentou o Náutico, na Arena Pernambuco, na penúltima rodada da primeira fase e derrotou o alvirrubro por 3x0, com gols de Cassia, Jeane e Pingo. Na sétima rodada o General da Vila enfrentou o JV Lideral, no Abelardo Conduru e aplicou mais uma goleada, um novo 6x0. Irley 2x, Cintia, Cassia 2x e Pingo foram as responsáveis por levar o time a segunda fase da competição como líder absoluto.

Faltavam apenas dois passos para o tão sonhado acesso à Série A1 e o time que ficou invicto durante toda a primeira fase, não tinha interesse em abrir mão do sonho. Na primeira partida da semifinal, o Pinheirense enfrentou o Caucaia-CE, no Estádio Raimundo de Oliveira e venceu por 2x1, com gols de Pingo e Cíntia.

No segundo jogo da semifinal, nesta quarta-feira (12), o General da Vila jogou às 15h, num calor sem igual, mas nem isso foi capaz de afetar o desempenho do time. Cassia abriu o placar com um belissímo gol de falta aos 12’ do primeiro tempo e, apenas três minutos depois, Lauze apareceu na área para cabecear para o gol, depois de uma cobrança de escanteio. Parecia que a zaga do time cearense estava totalmente perdida e realmente estava. Aos 20’ Jeane driblou todas as marcadoras, deixou a goleira no chão e marcou um golaço. Aos 40’, Irley recebeu cruzamento de Leila e cabeceou para encobrir arqueira rubronegra.

Não parou por aí, o 4x0 não era o suficiente, o Pinheirense queria mais, queria o acesso e a vaga na final com uma goleada ainda maior. Na segunda etapa, com 26’, Irley recebeu um passe de Cassia e, de fora da área, mandou uma bomba, ampliando o placar na Curuzu. No minuto seguinte, Pingo recebeu a bola na área e acertou a trave, no rebote, ela mesma acertou, fazendo o sexto e último gol da partida.

FINAL

O acesso é mais um marco na história do General da Vila, que busca ir ainda mais longe e se tornar o primeiro campeão da Série A2. O time de Icoaraci chegou até aqui com muito empenho, mas com pouco apoio e pouco incentivo. Elas terão a oportunidade de ganhar o primeiro título brasileiro da história do clube e você pode fazer parte disso. Você pode ser esse apoio e esse incentivo que o futebol feminino tanto precisa.

Na próxima quarta-feira, dia 19, o Pinheirense enfrenta a Portuguesa, no primeiro jogo da final, que deverá acontecer no Canindé e ainda não tem horário definido.
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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Guia do Brasileirão Feminino A2

O Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino já existe desde 2013, quando o Centro Olímpico, de São Paulo, sagrou-se o primeiro campeão. 4 edições depois, a CBF resolveu organizar uma segunda divisão da competição, buscando profissionalizar o futebol feminino cada vez mais. 

A estreia da Série A2 ocorre nesta quarta-feira (10) e o Cabanas em Campo quer te fazer entender melhor a competição que conta com dois participantes paraenses: Tuna Luso Brasileira e Pinheirense Esporte Clube.

Critério para as vagas:

2017 - No ano de estreia do Campeonato, os 16 times melhores colocados no Ranking da CBF de Futebol Feminino, que não disputam a primeira divisão, disputam a Série A2.

2018 - No ano seguinte, a disputa muda. Entram os 2 rebaixados da Série A1, o primeiro estado do Ranking Nacional das Federações tem direito a uma vaga e os demais estados terão 1 representante na fase preliminar.

Formato de disputa: 

A Série A2 será disputada em 3 fases. Na primeira, de pontos corridos, os dezesseis clubes serão dividos em dois grupos de oito cada. Os dois primeiros de cada grupo se classificam para a segunda fase, a semifinal da competição, que é disputada num mata-mata. Os vencedores se classificam para a final da competição, terceira fase, e ganham vaga na Série A1.

Desempate:

Em caso de empate na primeira fase, o critério de desempate serão aplicados na seguinte ordem: 1- Número de vitórias. 2- Saldo de gols. 3- Gols marcados. 4- Número de cartões vermelhos. 5- Número de cartões amarelos. 6- Sorteio. 

Participantes:

ADECO - Associação Desportiva Centro Olímpico
Cidade: São Paulo (SP)
Mando de jogo: Baetão
Forma de classificação: 9° no Ranking da CBF

Aliança Futebol Clube
Cidade: Goiânia  (GO)
Mando de jogo: Accioly
Forma de classificação: 33° no Ranking da CBF

América Futebol Clube - MG
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Mando de jogo: Independência
Forma de classificação: 19° no Ranking da CBF 

Botafogo Futebol Clube - PB
Cidade: João Pessoa (PB)
Mando de jogo: Almeidão
Forma de classificação: 20° no Ranking da CBF

Caucaia Esporte Clube
Cidade: Caucaia (CE)
Mando de jogo: Raimundão/Campo do Uniclinic
Forma de classificação: 10° no Ranking da CBF

CRESSPOM - Clube Recreativo e Esportivo de Sub-Tenentes e Sargentos da Polícia Militar
Cidade: Brasília (DF)
Mando de jogo: Abadião
Forma de classificação: 23° no Ranking da CBF

Duque de Caxias Futebol Clube 
Cidade: Duque de Caxias (RJ)
Mando de jogo: Marrentão
Forma de classificação: 11° no Ranking da CBF

JV Lideral Futebol Clube
Cidade: Imperatriz  (MA)
Mando de jogo: Frei Epifânio 
Forma de classificação: 32° no Ranking da CBF

Mixto Esporte Clube
Cidade: Cuiabá  (MT)
Mando de jogo: Arena Pantanal
Forma de classificação: 21° no Ranking da CBF

Clube Náutico Capibaribe
Cidade: Recife (PE)
Mando de jogo: Aflitos
Forma de classificação: 31° no Ranking da CBF

Pinheirense Esporte Clube
Cidade: Icoaraci, Belém (PA)
Mando de jogo: Francisco Vasques*
Forma de classificação: 14° no Ranking da CBF

Associação Portuguesa de Desportos
Cidade: São Paulo (SP)
Mando de jogo: Canindé
Forma de classificação: 16° no Ranking da CBF

Associação Esportiva Tiradentes
Cidade: Teresina (PI)
Mando de jogo: Albertão
Forma de classificação: 15° no Ranking da CBF 

Tuna Luso Brasileira 
Cidade: Belém (PA)
Mando de jogo: Francisco Vasques*
Forma de classificação: 22° no Ranking da CBF 

União Desportiva Alagoana
Cidade: Maceió (AL)
Mando de jogo: Rei Pelé
Forma de classificação: 30° no Ranking da CBF 

Esporte Clube Viana
Cidade: Viana (MA)
Mando de jogo: Daniel Filho
Forma de classificação: 13° no Ranking da CBF 

* Campo vetados pela CBF (podem jogar na Curuzu ou outro estádio) 

Grupos:

Grupo 1: Duque de Caxias, JV Lideral, Mixto, Náutico, Pinheirense, Tiradentes, Tuna e Viana
Grupo 2: Aliança, América MG, Botafogo PB, Caucaia, Adeco, Cresspom, Portuguesa, União Desportiva.

Estreias dos Paraenses:

11/05 - 15h00 - Duque de Caxias x Pinheirense - Marrentão

11/05 - 16h00 - Tuna Luso x Náutico - Curuzu
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Prazer, meu nome é São Francisco

(Foto: Tamara Saré)
Nascido em 1929, mais precisamente no dia 30 de outubro daquele ano, me tornei a agramiação de futebol que conseguiu sobreviver por mais tempo na minha cidade. Fui criado por jovens sem grandes pretensões, mas acabei mudando.

No começo de tudo, eu me chamava São Francisco Sport Clube e eu usava preto e branco, acreditem, mas tudo por falta de opção no comércio de Santarém. Pouco depois surgiria meu maior rival, São Raimundo, que acabou utilizando as mesmas cores e que permaneceu com elas. Mais tarde, eu me tornei azulino.

No meu primeiro Campeonato Santareno, em 1949, não disputei o torneio até seu fim. Achava errado que os jogadores adversários pudessem usar de violência sem ser punidos. No ano seguinte, voltei a disputá-lo e por 7 anos consecutivos (1950, 1951, 1952, 1953, 1954, 1955, 1956), fui campeão de Santarém.

Eu mudei, em 1997 fui campeão da segundinha de forma invicta, conquistando o direito de disputar a primeira divisão do Parazão, fiz uma grande campanha no Campeonato Estadual, fiquei em 4º lugar e garanti uma vaga na terceira divisão nacional, onde também fiz uma boa participação e quase fui para a fase final, porém meu rival me eliminou nos pênaltis e eu fiquei em 19º lugar, de sessenta e cinco clubes participantes.

Em 2000, tive meu ano mais difícil, fui rebaixado no Paraense e disputei minha última partida oficial. Depois do Parazão, entrei em uma crise financeira e tive que me afastar um pouco. Fiquei jogando alguns campeonatos municipais por nove anos, tudo parecia perdido, até que em 2010 resolvi voltar. O começo foi bastante complicado, joguei a segundinha, mas mesmo sendo um dos favoritos ao acesso, meu passado não falou mais alto e fiquei na última posição do meu grupo, sem nem conseguir classificar para as fases finais.

Em 2011, fiz uma campanha fantástica na segunda divisão e com o apoio da minha torcida, que nunca me abandonou, venci o Time Negra por 3x1 e garanti meu acesso à primeira divisão do Campeonato Paraense. Fui vice-campeão naquele ano.

No ano passado, venci a Taça Estado do Pará, minha maior campanha no Parazão. Acabei sendo vice-campeão do Estadual, perdi a final para o Paysandu. Isso me garantiu uma vaga na Série D e a oportunidade de disputar pela primeira vez a Copa do Brasil, os bons anos finalmente pareciam voltar, eu estava feliz e minha torcida também.

Este ano está sendo difícil novamente, pelo menos no Campeonato Paraense. Porém tem uma coisa que ainda está falando mais alto dentro de mim, escrevi mais um capítulo da minha enorme história, na minha primeira participação na Copa do Brasil, consegui chegar na segunda fase, eliminei o Botafogo-PB, que era líder do Campeonato Paraíbano, vencendo-o por 3x0. Essa semana sofri a eliminação no Mineirão e mesmo tendo doído, sei que comecei a escrever um pedaço pequeno de algo que pode ser enorme.

Prazer, eu sou o São Francisco Futebol Clube, o Leão Santareno. A cada dia luto para que minha história se perpetue, mesmo com todas as dificuldades e mesmo tendo que lutar por espaço dentro do meu próprio estado. Eu tenho muitos sonhos ainda para serem realizados e com a minha enorme torcida me apoiando, sei que vou realizar muitos deles.

“Nós sabemos do desafio, mas quando dizemos a Deus o tamanho do nosso problema, Ele pergunta qual o tamanho da sua fé?”


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