Em 2017, o Futebol Feminino
do Pará teve motivos para comemorar. Além de, pela segunda vez na história, um
time paraense ter conseguido conquistar uma competição de nível nacional, o
Pinheirense também foi capaz de levar um enorme público na final do Brasileiro.
Deixando os amantes do Futebol Feminino entusiasmados com o futuro e com a
visibilidade que o esporte poderá ter no Campeonato Estadual deste ano.
No ano passado, o Campeonato
Paraense Feminino começou no dia 15 de maio e teve seu fim apenas dia 12 de
outubro, totalizando cinco meses de disputa. Mas por causa do novo modelo do
Brasileirão, que estreou em 2017, a FPF se viu obrigada a adiar o início da
competição e também modificar seu formato, buscando deixá-lo mais curto e
enxuto.
Antes de começarmos a
explicar o regulamento desta temporada e falar um pouco sobre os times
participantes e seus estádios, te levaremos para fazer um passeio pela história
do Campeonato Paraense de Futebol Feminino.
O 1º torneio feminino de
futebol organizado pela FPF aconteceu em 1983 e foi dividido em dois turnos. No
primeiro, o Remo saiu como o vencedor após empatar em 2-2 com a Tuna e a
partida ser decidida na apuração de escanteios. No segundo, o clube azulino
chegou novamente às finais, desta vez, contra o Paysandu e sagrou-se o primeiro
campeão paraense de futebol feminino, vencendo-o por 1x0, com gol de Cebola.
Em muitos sites podemos
encontrar afirmações que a FPF parou de realizar competições de futebol
feminino depois deste torneio, voltando apenas em 1999. Porém, a história
não confirma. Em conversa com ex-atleta do Paysandu e do Yamada, Wilma Helena, descobrimos
que o Parazão aconteceu em 1984 e também no ano seguinte, em 1985. Sendo o
Papão o time a levantar a Taça.
Entretanto, a violência
tornou-se um fator preocupante no esporte. A rivalidade crescia e acabou
tomando proporções muito grandes, principalmente entre Remo e Paysandu. As
brigas não ficaram apenas entre as atletas, atingiram também dirigentes e
treinadores, até mesmo as torcidas. Por conta disso, a organização acabou
questionando a viabilidade do torneio e em 1986, a FPF resolveu parar de patrocinar
o campeonato.
Em 1999, a Federação voltou
a organizar o Campeonato Paraense de Futebol Feminino, foi quando a “Era
Independente” começou. De 1999 à 2003 foram disputados cinco títulos e o Galo
da Marambaia saiu com a taça em todas as cinco oportunidades. No ano seguinte,
houve uma nova pausa no torneio e ele só voltou em 2007, quando o Independente
sagrou-se campeão pela sexta vez. Sendo até hoje o maior vencedor do Parazão
Feminino.
Muita coisa mudou desde a
primeira edição. O futebol feminino no Pará viveu vários momentos, algumas
hegemonias e rivalidades mais saudáveis. Depois do Independente, dois
treinadores se tornaram os responsáveis por dominar o Campeonato e são a
rivalidade que engrandece o esporte no estado.
Desde 2011, os técnicos
Aline Costa e Mercy Nunes chegaram a final do Parazão em todos os anos. Nos
seis anos, ela sagrou-se campeã em quatro oportunidades, três vezes com a Tuna
e uma pelo Pinheirense. Já ele conquistou dois títulos, ambos pela Esmac, o
último no ano passado.
Uma curiosidade desta
rivalidade é que Aline foi atleta de Mercy, sendo treinada por ele de 1999 a
2002. Este ano, a técnica comandará o Paysandu e o treinador comanda a Esmac.
Ambos prometem estar se preparando bastante para chegar na final.
Finais Aline x Mercy
2011: Cruz Azul (Mercy) 0x1
Tuna (Aline)
2012: Tuna (Aline) 1x1 Esmac
(Mercy) – 3x4
2013: Tuna (Aline) 3x1 Esmac
(Mercy)
2014: Tuna (Aline) 1x0 Esmac
(Mercy)
2015: Pinheirense (Aline)
1x0 Esmac (Mercy)
2016: Esmac (Mercy) 1x1 Paysandu (Aline) – 4x1
- O REGULAMENTO
Este ano o Campeonato terá 11 clubes
participantes. A disputa será feita em quatro fases. A fase classificatória, as
quartas de final, a semifinal e a final. Todos os confrontos do mata-mata serão
definidos em partida única.
Na 1ª fase os clubes da chave A1
enfrentam os clubes da A2, num cruzamento de chaves, com jogos somente de ida.
Ao final da última rodada, os quatro melhores colocados dos grupos se classificam
para a segunda fase da competição.
Nas quartas de final, serão feitas 4
chaves; “B1”, “B2”, “B3” e “B4”. Definindo os confrontos da fase desta maneira:
Na semifinal, o clube vencedor da B1
enfrenta o vencedor da B3 e o clube que sair vitorioso da chave B2 enfrenta o
clube que vencer a B4. Os clubes vencedores disputarão o título de Campeão
Paraense 2017 e também uma vaga na Série A2 do Brasileirão Feminino em 2018.
- OS TIMES
Associação Atlética e Cultural Cabanos
Cidade:
Ananindeua
Em
2016: 7º lugar (vice-lanterna)
Grupo: A1
Associação
Atlética Tiradentes
Cidade:
Belém
Em
2016: Não participou
Grupo: A1
Associação E. B Estrela
Cidade:
Belém
Em
2016: 5º lugar
Grupo: A2
Carajás Esporte Clube
Cidade: Outeiro
Em 2016: 4º
lugar (participou como Time Negra)
Grupo: A2
Clube do Remo
Cidade: Belém
Em 2016: 8º
lugar (desistiu do campeonato)
Grupo: A1
Escola Superior Madre
Celeste (ESMAC)
Cidade: Ananindeua
Em 2016: Campeã
Grupo: A1
Grêmio Recreativo Bandeirante
Cidade: Ananindeua
Em 2016: Não
participou
Grupo: A2
Paysandu Sport Club
Cidade: Belém
Em 2016: Vice-campeão
Grupo: A2
Pinheirense Esporte Clube
Cidade: Icoaraci
Em 2016: 3º
lugar
Grupo: A2
Tapajós Futebol Clube
Cidade: Santarém
Em 2016: Não
participou
Grupo: A2
Tuna Luso Brasileira
Cidade: Belém
Em 2016: Não
participou
Grupo: A1
- Primeira rodada
23/09
9h30
Cabanos x Tapajós (Ceju – Campo I)
15h30
Remo x Carajás (Baenão)
24/09
9h30
Esmac x Estrela (Ceju – Campo II)
15h30
Tuna x Paysandu (Souza)
Jogo alterado: Tiradentes x
Pinheirense, no Abelardo Condurú, passou para o dia 18/10.
Folga: Bandeirante